Vício e trabalho precarizado: uma mistura que adoece!

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O trabalho sempre esteve atrelado à dignidade, afinal sempre ouvimos que ele “dignifica”. Mas será mesmo?

A lógica de trabalhar muito e ganhar pouco continua adoecendo as pessoas, que são obrigadas a viver em relações precárias de trabalho. Esse cenário vai muito além: é capaz de corroer a saúde física, mental e emocional de quem tenta apenas sobreviver.

Pessoas exaustas, pressionadas, sem tempo para viver, buscam uma fuga da realidade, e acabam encontrando refúgio no álcool, em outras drogas ou em jogos de azar. É como uma espiral: a falta de dinheiro, direitos e oportunidades empurra milhares para o vício, para o fundo do poço.

A depressão e o burnout são exemplos de doenças ocupacionais que muitas vezes abrem caminho para os vícios. Só no ano de 2023, o INSS concedeu benefício para mais de 4,3 mil pessoas com transtornos mentais ligados ao álcool, e para outras 36 com dependência em jogos. Desde a pandemia, os números não param de crescer.

O vício em jogos, inclusive, aumentou absurdamente: 350%. Isso diz muito sobre a crise que enfrentamos, os trabalhadores e as trabalhadoras estão esgotados, recorrendo aos jogos de azar para tentar uma renda extra e, muitas vezes, se perdendo em dívidas.

O sistema que conhecemos continua adoecendo justamente quem o faz funcionar.

Não é possível falar de saúde mental sem falar das condições de trabalho. Como exigir que alguém “se cuide” quando a rotina suga tudo o que a pessoa tem? É como tapar o sol com a peneira.

Enquanto o trabalho continuar sendo uma fonte de sofrimento, o vício seguirá sendo, para muitos, uma tentativa desesperada de escape. E o pior: a preocupação ainda é o lucro.

Dentro dessas condições desumanas, não há futuro do trabalho e nem da sociedade.

 

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